Estudos científicos atuais revelam a importância para os profissionais de saúde compreenderem o ser humano na sua essência, considerando que ele dispõe de recursos internos que revelam seu caráter constituído a partir de experiências acumuladas ao longo de sua existência e que poderá contribuir na estruturação de uma vida com sentido sustentada pela espiritualidade.

A importância de se manter o diálogo constante entre espiritualidade/religiosidade e psicologia viabiliza um processo psicoterapêutico de acolhimento e cuidado para com o ser humano que apresenta sofrimentos psíquicos e que possa estar adoecido por vivenciar experiências relacionadas com as questões da sua fé, religiosidade ou espiritualidade.

Vários estudos pesquisados afirmam que:  a espiritualidade/religiosidade é “um fato humano” e a religião é constituinte das culturas e crenças das sociedades em geral e ainda que podem estar relacionadas de forma direta ou indireta com a saúde mental e física das pessoas, interferindo no seu bem estar e no sentido de vida que cada uma busca.

Os autores a partir de diferentes perspectivas estudaram o fenômeno da espiritualidade/religiosidade nas várias sociedades existentes e apontam para uma interpretação onde se identificou casos em que a espiritualidade/religiosidade estava relacionada ao fortalecimento da fé e da educação da pessoa de forma positiva, contribuindo para seu bem estar físico e psíquico. Já outros estudos destacam essa influência de forma negativa, onde se identificou associação com os sintomas neuróticos e adoecimentos físico/psíquicos, o que demonstra a importância de compreender como cada indivíduo, dentro do seu contexto biopsicossocial, vivencia essas experiências.

Os estudos contemporâneos estão mais voltados para a relação em processos mais específicos envolvendo o modo como as pessoas utilizam a espiritualidade/religiosidade em suas experiências e que envolve o surgimento de sofrimentos da vida relacionados com o apego que estabelece com seus referenciais de cuidado e também com suas tendências em buscar as causas de todas as coisas e dos acontecimentos e/ou experiências vividas.

Em diversas áreas do conhecimento, a partir das perspectivas teóricas e metodológicas, os estudiosos das diversas áreas consideram esse fenômeno como um componente importante da experiência humana que está relacionado com a subjetividade de cada ser e das diversas culturas e sociedades das quais fazem parte.

Buscar pela espiritualidade/religiosidade pode estar diretamente relacionado ao sentido de vida e consequentemente à qualidade de vida que revela também a força com que se acredita ou não acredita na sua espiritualidade/religiosidade. Essas experiências revelam o grau de sentimento de pertencimento e sua influência na saúde mental das pessoas. Pois com a espiritualidade o indivíduo poderá experimentar um sentimento de conexão a um grupo a partir de uma adesão a um conjunto de valores e princípios que norteiam uma vida com sentido.

Dentro do processo psicoterápico com técnicas e embasamento teórico e científico da Logoterapia, o indivíduo poderá buscar o autoconhecimento e desenvolver sua capacidade de percepção e discernimento a partir de uma vivência que o auxiliará na busca pelos porquês das coisas e identificar assim o sentido da vida.

Para finalizar destacamos ainda que o papel do Logoterapeuta é estar aberto ao diálogo considerando os recursos teóricos e científicos na correlação com a subjetividade e espiritualidade/religiosidade que cada paciente possa apresentar durante seu processo de tratamento e a Logoterapia e Análise Existencial de Viktor Emil Frankl é o referencial teórico que podemos assumir como uma psicologia do sentido da vida para sustentar os processos psicoterapêuticos oferecidos na área do atendimento clínico ao qual o profissional da psicologia exerce sua profissão/missão.

Afirma-se por fim que o referencial teórico de Viktor Emil Frankl, a Logoterapia, fornece embasamento científico suficiente para tratar os pacientes e auxiliá-los na busca por uma vida com sentido.