Tag Post :
espiritualidade,logoterapia,psicologia,psicoterapia,sentido da vida
Compartilhe:
A OMS define espiritualidade como aquilo que dá sentido à vida da pessoa e define a sua existência.
A logoterapia então retraduz o conhecimento elaborado pela fenomenologia, referente às possibilidades de encontrar um sentido na vida, para linguagem da pessoa simples e comum, para capacitar também a esta a encontrar sentido na vida. (FRANKL,2021, p. 91).
Essa busca por sentido de vida que traduz a espiritualidade define experiências de pertencimento a um grupo que defende valores e princípios que norteiam a sua vida, mas promove o sentimento de conexão com algo transcendente. Ao mesmo tempo o ser humano busca coerência entre os conhecimentos, ações, crenças e atitudes e quando há incoerência podem surgir conflitos que levam ao adoecimento. Há pesquisas que comprovam que pessoas mais convictas de suas crenças apresentam menos confusão mental e angústias, e ainda aponta que quanto menor for o conflito psicológico desses acontecimentos, menor será o sofrimento.
Partindo desses levantamentos, é importante lembrar que é preciso ter um olhar multidisciplinar ou até mesmo transdisciplinar para compreender esse tema da espiritualidade e também diferenciar os aspectos que envolvem religiosidade, mas que não se confundem com a espiritualidade. Entende-se que a religiosidade faz parte da constituição de uma expressão humana complexa envolvendo diferentes dimensões e ao mesmo tempo possibilidades de compreensão.
Pesquisas contemporâneas demonstram entendimento relacionados com o modo como as pessoas usam a religião para manejar os sofrimentos da vida; o vínculo afetivo ou a ligação entre um indivíduo e outra figura de apego e ainda uma tendência humana a buscar sentido por trás de qualquer acontecimento ou experiências. (INTERPSI, 2018, p.11), “A busca de um sentido pessoal é uma característica constitutiva do ser humano, independentemente de religiões, conceitos e atribuições a um transcendente.” (FRANKL,2021, p. 91).
Os estudos mostram um panorama nacional onde temos uma diminuição do número de católicos; um aumento no número de pessoas pentecostais e um aumento considerável de pessoas que se declaram sem religião. Os brasileiros estão deixando de praticar o catolicismo vinculados à igreja e praticam sua fé vivenciando uma religiosidade em diferentes contextos que agregam crenças, ensinamentos baseados numa ética, numa política e numa valorização do meio ambiente e de outras questões que abarca diferentes ensinamentos e variadas formas de atingir o transcendente e tudo isso faz mais sentido do que uma tradição única e ortodoxa.
Cada pessoa faz sua própria jornada para encontrar o sentido de vida, mas cada um tem seu modo que é singular e individual. E o mais importante é o quanto a pessoa adere à sua espiritualidade, seja ela religiosa ou não religiosa. Cabe então ao profissional da saúde saber identificar e compreender cada pessoa na sua singularidade e promover um encontro terapêutico que possibilite o ressignificar de suas dores e sofrimentos construindo um caminho onde a vida sempre tem sentido. “A capacidade primordial humana da autotranscedência e a do autodistanciamento, como tanto enfatizo nos últimos anos, foi verificada e validada existencialmente no campo de concentração.” (FRANKL, 2010, p. 91).
A espiritualidade aqui é entendida enquanto sentido de vida e produtora de saúde mental, qualidade de vida e bem-estar, uma opção que motiva a viver, que define quem somos e como nos relacionamos com as pessoas e expressamos nossa individualidade.
Mas é preciso estar atento pois, o sentido não é dado e nem pode ser inventado. O sentido precisa ser descoberto a partir das respostas que o indivíduo dá para a vida.
Compartilhe: