Viktor Frankl e a Busca de Sentido

Viktor Frankl e a Busca Sentido

Viktor Emil Frankl (1905-1997) renomado psiquiatra e neurologista austríaco, criou e fundamentou a terceira escola de psicoterapia de Viena: a Logoterapia e Análise Existencial, durante uma trajetória de determinação e empenho nos estudos da psicologia. Sua trajetória registra seu interesse pela Psicologia geral e experimental, seu contato com a Psicanálise de Freud, ainda na juventude, fez com que escrevesse e publicasse artigos importantes em revistas científicas revelando ali sua preocupação com a questão do sentido e dos valores relativos à psicoterapia. Nesse caminho recebeu influências marcantes de: Max Scheler, Rudolf Allers e Oswald Schwarz.

Seus questionamentos sobre o sentido da vida e da morte surgiram na tenra idade, o que levou a desenvolver seu trabalho produzindo livros abordando fundamentos teóricos e uma escola de psicoterapia, a Logoterapia, que vem sendo divulgada amplamente.

Em 1938 com o artigo “A problemática espiritual da psicoterapia” publicado em um periódico científico, Frankl utiliza pela primeira vez a palavra Logoterapia. Suas ideias já estavam fundamentadas e a teoria estruturada com aplicação em sua clínica. Mesmo estando ciente de que poderia ser deportado em função da ascensão do Nacional Socialismo, com a perseguição aos judeus, continuava seus estudos e escreveu o livro Psicologia Médica, mas esse fora perdido durante sua prisão nos campos de concentração na Segunda Guerra Mundial e mais tarde, com sua libertação, reescreveu com o título “Psicoterapia e Sentido da Vida”.

Nos campos de concentração, Frankl soube enfrentar a dor e o sofrimento com dignidade humana e reafirmar a incondicionalidade do sentido da vida, chegando à conclusão de que “se é que a vida tem sentido, também o sofrimento necessariamente o terá. (FRANKL, 1994, p. 67 apud AQUINO, 2013,  p. 27).

Nessa perspectiva identifica-se que há uma necessidade de entender e justificar os acontecimentos da vida do ser humano, mas o sentido não é dado a ele, pelo contrário, ele poderá construir caminhos para identificar esse sentido com o auxílio da ciência, buscando ações práticas, ações concretas diante de sua vida e das oportunidades que se apresenta, ou experimentando situações e se relacionando com outras pessoas através da interação com o mundo a sua volta ou ainda assumindo atitudes responsáveis mesmo diante de sofrimentos que são inevitáveis.

A Logoterapia explica que o sentido da vida sempre poderá se modificar, mas ele nunca deixará de existir, e esse sentido está relacionado com as respostas que o ser humano dá para as coisas e situações que surgem na sua vida.

Na concepção da Logoterapia, o indivíduo possui um corpo (som), uma psiquê, entretanto sua essência se encontra na dimensão além: a dimensão noética/espiritual, essa última dimensão compreendida mais como uma dimensão antropológica do que religiosa. (AQUINO, 2013, p.43).

O ser humano é compreendido de forma integral considerando que pode revelar sua identidade a partir do sentido que ele tem para sua vida e vai expressar sua personalidade a partir de uma associação combinada com o grupo do qual faz parte. Portanto a Logoterapia como teoria psicológica baseada em fundamentos científicos testados e aplicados nas diversas áreas do desenvolvimento humano muito tem a contribuir para que o ser humano possa viver uma vida com sentido.

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